Médico que realizou hidrolipo fatal em SP tem 21 processos anteriores por erro médico
- marilda ramos
- 27 de nov. de 2024
- 4 min de leitura
O médico Josias Caetano dos Santos enfrenta várias ações por danos morais. Em um caso, foi condenado a pagar R$ 50 mil por negligência médica, causando necrose abdominal e perda do umbigo em uma paciente devido a infecção hospitalar. Seu advogado afirma que todos os processos foram arquivados.

O médico Josias Caetano dos Santos, responsável pela hidrolipo que resultou na morte de uma paciente de 31 anos na Zona Leste de São Paulo, enfrenta 21 processos por danos morais decorrentes de erros médicos.
O médico Josias Caetano dos Santos foi condenado a pagar R$ 50 mil de indenização em 2021 após uma paciente sofrer complicações após abdominoplastia e lipoescultura. Você pode encontrar mais detalhes sobre o caso buscando informações online.
A cirurgia de abdominoplastia e lipoescultura, que resultou na condenação do médico Josias Caetano dos Santos a pagar R$ 50 mil, foi realizada em uma clínica particular na Mooca, Zona Leste de São Paulo, de propriedade de um amigo do médico.
Em dezembro de 2017, uma paciente submeteu-se a uma cirurgia de abdominoplastia e lipoescultura. Após o procedimento, desenvolveu:
Complicações
1. Necrose da pele
2. Perda do umbigo
3. Infecção
Sintomas (janeiro de 2018)
1. Fortes dores abdominais
2. Secreção anormal
3. Sangramento
4. Odor desagradável na região operada.
Após apresentar sintomas graves, a paciente tentou entrar em contato com o Dr. Josias, que recomendou esperar. Ao retornar à clínica no final de janeiro, ele confirmou a necrose, mas não a internou imediatamente.
Em fevereiro de 2018, a paciente buscou atendimento no Hospital Santa Rita, onde recebeu diagnóstico de infecção grave. Ela foi internada na UTI e, após tratamento, apresentou sequelas permanentes:
Sequelas
1. Cicatriz abdominal
2. Perda do umbigo
Em novembro de 2018, a paciente ingressou na Justiça contra o médico, anexando provas, incluindo mensagens onde relatava fortes dores e recebia como resposta a orientação para aguardar.
O advogado de defesa do médico, Lairon Joe, afirmou que todas as ações contra o Dr. Josias foram arquivadas, destacando que não há condenações penais por erro médico. Ele garantiu que prestará os esclarecimentos necessários.
De acordo com o advogado Lairon Joe, na ação de 2021, tanto o médico Josias quanto o Hospital Santa Rita foram condenados solidariamente a pagar a indenização à paciente.
O laudo pericial não conseguiu determinar com precisão onde a paciente contraiu a infecção, pois não foi possível analisar com clareza o estado dela entre a primeira cirurgia e sua internação no Hospital Santa Rita.
Óbito de paciente
Paloma Lopes Alves sofreu parada cardiorrespiratória durante o procedimento cirúrgico. De acordo com o médico Josias, ela apresentou falta de ar minutos após ser transferida para a sala de recuperação pós-operatória e logo perdeu a consciência.
Paloma Lopes Alves recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Móvel (SAMU), mas infelizmente chegou ao Hospital Municipal do Tatuapé sem sinais vitais. O óbito foi registrado como morte suspeita.
O médico relatou que, ao chegar na sala de recuperação pós-operatória, Paloma apresentava "angústia respiratória intensa" e evoluiu rapidamente para uma condição crítica.
A paciente apresentou agravamento súbito da angústia respiratória, perdeu a consciência em segundos e precisou de intervenção imediata. Iniciamos massagem cardíaca e ventilação com oxigênio, procedimentos que geralmente promovem recuperação rápida. Infelizmente, não obtivemos resposta esperada.
Custo da hidrolipo: R$ 10 mil
Paloma conheceu o médico apenas no dia da cirurgia e pagou R$ 10 mil pelo procedimento de hidrolipo, conforme relatou seu marido, Everton Silveira.
Everton Silveira afirmou que sua esposa, Paloma, contratou o procedimento de hidrolipo pelo redes sociais e efetuou o pagamento de R$ 10 mil por transferência bancária para uma empresa em nome do médico.
"A justiça deve ser feita! Levei minha esposa para realizar um sonho e agora preciso enterrá-la. Estou em choque e não consigo acreditar no que aconteceu."
Segundo o marido, Paloma realizou o procedimento estético na clínica Maná Day, na Zona Leste de São Paulo, na terça-feira de manhã. O procedimento, realizado nas costas e abdômen, previa alta para o mesmo dia, mas ela sofreu uma parada cardíaca após complicações.
"Estava presente durante o procedimento e testemunhei uma negligência grave. A equipe demorou excessivamente para chamar o SAMU. Quando eles chegaram, corri para fora, sem receber informações sobre o estado da minha esposa. Foi uma situação extremamente triste e incomum. No hospital, tentaram reanimá-la, mas infelizmente ela não resistiu."
O que é hidrolipo
A hidrolipo, também conhecida como lipoaspiração tumescente, é um procedimento que combina lipoaspiração com anestesia raquidiana. Essa técnica torna insensível apenas a área tratada, permitindo que o paciente permaneça consciente e acordado durante o procedimento, a menos que opte por sedação.
A cirurgia recebe o prefixo "hidro" devido à injeção de uma solução composta por:
Componentes
1. Anestésico
2. Soro fisiológico
3. Adrenalina
Essa solução visa:
1. Reduzir os vasos capilares
2. Minimizar a perda de sangue durante o procedimento.
A hidrolipo é uma opção alternativa à lipoaspiração tradicional, ideal para quem deseja eliminar gordura localizada em áreas específicas do corpo, oferecendo resultados eficazes com menor invasão.
Devido à minha restrição ao anestésico, só posso fazer [o procedimento] em áreas limitadas. Isso torna a cirurgia um pouco desconfortável para o paciente. Por outro lado, a lipoaspiração convencional realizada em ambiente hospitalar permite que o paciente esteja dormindo, garantindo total conforto. Como cirurgião, consigo remover muito mais volume com essa abordagem", afirma Uguetto.
A hidrolipo é uma técnica conhecida por sua rapidez, conforto e custo acessível em comparação à lipoaspiração convencional. No entanto, deve ser utilizada com cautela, pois o excesso da substância administrada pode causar efeitos tóxicos.
De acordo com o cirurgião, o risco é significativamente menor em um ambiente hospitalar, pois há acompanhamento contínuo de um anestesista durante todo o procedimento.
Além dos riscos específicos, existem complicações comuns a qualquer lipoaspiração, como:
Principais Riscos
1. Perfuração de órgãos internos
2. Trombose venosa
3. Embolia pulmonar
4. Infecção
5. Hemorragia
Outros Riscos
1. Reações alérgicas
2. Cicatrizes anormais
3. Asimetria
4. Alterações na sensibilidade
5. Problemas respiratórios
É essencial discutir esses riscos com um profissional qualificado antes do procedimento.
Para minimizar riscos, o cirurgião Uguetto recomenda:
Pré-requisitos
1. Procurar profissional capacitado e registrado.
2. Escolher centro de referência especializado.
3. Realizar procedimento em ambiente hospitalar.
Preparação
1. Exames pré-operatórios completos.
2. Avaliação médica detalhada.
3. Orientações claras sobre riscos e benefícios.
Importância
Essas medidas garantem segurança, eficácia e resultados satisfatórios. Consulte um especialista confiável!
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