lobista foi preso em Mato Grosso do Sul por vender sentenças judiciais. Sua trajetória inclui:

Andreson de Oliveira Gonçalves, um empresário de 45 anos com patrimônio milionário, é alvo de investigação por liderar um esquema de venda de sentenças judiciais em tribunais de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até no Superior Tribunal de Justiça (STJ)

O empresário teve sua prisão decretada pelo ministro do STF, Cristiano Zanin, e está atualmente detido preventivamente. A Polícia Federal realizou uma operação nesta terça-feira para executar o mandado de prisão, além de outros 23 mandados de busca e apreensão no Mato Grosso, em Pernambuco e em Brasília, onde o empresário reside atualmente.

Ele também é alvo da Operação Última Ratio, que resultou no afastamento de cinco desembargadores do TJMS por venda de sentenças. Conforme relatório da investigação, ele teria atuado como intermediário na venda de decisões para o advogado de MS, Felix Jayme Nunes da Cunha, que também é investigado.

Solicitada pela reportagem, Felix optou por não comentar sobre sua relação com Andreson.

Quem é Andreson de Oliveira Gonçalves, o lobista com influência nos tribunais brasileiros e no Superior Tribunal de Justiça?

A polícia ficou surpresa com a fortuna acumulada por Andreson e está investigando-o por lavagem de dinheiro. Durante as investigações, foi constatado um aumento no seu patrimônio de mais de 2000% entre 2007 e 2009, sem justificativa plausível para tal crescimento.

O empresário desfruta de uma vida luxuosa e testemunhou um aumento em sua fortuna nos últimos anos. Junto com sua esposa, que é advogada, ele adquiriu uma residência no bairro mais exclusivo de Brasília por R$ 2,95 milhões. Contudo, eles a venderam por R$ 3 milhões no ano seguinte.

Após isso, adquiriram um terreno de 776 m² na mesma região, pelo montante de R$ 4,5 milhões, onde edificaram duas residências, uma das quais destinada a abrigar um novo escritório de advocacia. A compra do terreno foi efetuada integralmente através de pagamento à vista.

Além disso, há vários jatinhos que fazem parte dos bens do casal. Em agosto recente, Andreson adquiriu uma aeronave Cessna com sete assentos por R$ 10,3 milhões. Posteriormente, a vendeu para sua própria empresa por R$ 6 milhões.

Ele é dono de uma companhia de aviação privada, que adquiriu três jatos nos últimos dois anos por um total de R$ 4,3 milhões. Além disso, ambos são donos de uma frota de caminhões, postos de combustível, um conglomerado agropecuário e inclusive um resort.

Foram presos por fingirem ser policial e advogado

Em 2008, Andreson foi alvo de investigação por usurpação de função pública. Conforme apurações, ele teria integrado uma quadrilha que realizou uma falsa operação policial em uma região de conflito de terras no Mato Grosso.

Segundo o Ministério Público do Mato Grosso, o grupo denunciado tentou expulsar produtores de terras cobiçadas por fazendeiros e se apropriou de seu gado.

No entanto, ele não chegou a ser julgado, pois os crimes acabaram prescrevendo.

Em 2010, Andreson se mudou para Brasília, onde se apresentava como estudante de Direito. Sem possuir carteira de advogado, ele atuou como administrador em um escritório de advocacia de 2009 a 2015, valendo-se de sua condição de acadêmico.

Em 2014, Andreson estabeleceu vínculo com um ex-servidor do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que atualmente mantém sociedade com sua esposa.

Em 2016, a polícia de Mato Grosso instaurou um inquérito para investigar movimentações financeiras suspeitas nas contas de Andreson, com indícios de lavagem de dinheiro, e que ainda está em andamento.